Taiobeiras quer conclusão de Barragem de Berizal

Obra que se arrasta há 13 anos pode gerar 10 mil empregos.

A conclusão da Barragem de Berizal é considerada a redenção para Taiobeiras ( microregião de Salinas), no Vale do Jequitinhonha, na região norte de Minas. A obra, que se arrasta há 13 anos, necessita de mais R$ 100 milhões, podendo gerar cerca de 10 mil empregos.

Moradores de Taiobeiras, cidade com 30 mil habitantes, a 695 quilômetros de Belo Horizonte, depositam as fichas na presidente eleita Dilma Rousseff (PT) para que, no seu governo, seja finalmente concluída a Barragem de Berizal, iniciada há 13 anos e que está parada há quase oito.

A obra é considerada a redenção do município, tendo em vista que objetiva resolver em definitivo o problema do abastecimento da cidade e garantir a geração de milhares de empregos.

Por outro lado, a população de Taiobeiras fica apreensiva devido a uma situação peculiar: foi o único município do Norte de Minas, uma das regiões mais pobres do estado, onde o candidato José Serra (PSDB) superou a petista nos dois turnos da eleição deste ano.

Produção agrícola e geração de empregos
De acordo com o secretário de Obras de Taiobeiras, Jaime Wilson Lucas Peninha, além de regularizar o abastecimento da cidade, a barragem vai gerar cerca de 10 mil empregos e aumentar a produção agrícola, podendo irrigar cerca de 8 mil hectares.

Assim, vai proporcionar a convivência do homem do campo com a seca, que historicamente castiga o Norte de Minas. Além disso, vai garantir a perenização do Rio Pardo, onde foi iniciada.
De acordo com dados da Prefeitura de Taiobeiras, já foram gastos cerca de R$ 150 milhões na obra e, para a sua conclusão, seriam necessários investimentos adicionais da ordem de R$ 100 milhões. Ainda conforme a prefeitura, cerca de 60% da construção já foram feitos e há o risco de prejuízos, tendo em vista que os serviços realizados e os materiais usados estão sendo depreciados pela ação do tempo.

Licença para construção
A barragem foi iniciada em 1997 – no governo Fernando Henrique Cardoso –, no Rio Pardo, em área que pertence atualmente ao município de Berizal (emancipado de Taiobeiras em janeiro de 1997). Ela fica localizada a 45 quilômetros de Taiobeiras, mas o Rio Pardo passa a apenas 10 quilômetros da cidade. Cinco anos depois de iniciada, a construção foi interrompida por falta de licença ambiental, motivo que também provocou o seu embargo peloTribunal de Contas da União (TCU). Também foram enfrentados problemas para o reassentamento de famílias da área a ser inundada, já resolvidos.

Gerenciado pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), vinculado ao Ministério da Integração Nacional, o empreendimento chegou a ser incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), pilotado por Dilma Rousseff na condição de ministra-chefe da Casa Civil. Mas foi retirado do programa devido ao seu embargo pelo TCU. Na semana passada, veio a boa notícia que faz os moradores de Taiobeiras apostarem na possibilidade de reinício dos serviços no governo Dilma: a construção da barragem foi “liberada” pelo TCU, depois de serem resolvidas as pendências ambientais

Para o prefeito Denerval Cruz, o fato de a obra já ter feito parte do PAC é mais um fator que reforça as esperanças de sua retomada pela presidente eleita. “A Dilma falou muito do PAC em sua campanha, destacando obras estruturantes. E a Barragem de Berizal terá uma grande importância no desenvolvimento sustentável para uma área que compreende 16 municípios. Acredito que a obra será um divisor de águas para a região, que deixará para trás o atraso e poderá crescer”, diz ele.

Foto de Renato Lopes/Esp. EM/D.A PRESS - 15/6/07