segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Humilhação e abandono

Sem família, sem auxílio e cumprindo pena, homem sofre com o descaso
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Agentes da Polícia Civil de Taiobeiras relatam a situação vivida pelo detento Renilson Rodrigues de Souza, 40 anos, que cumpri pena por furto em regime semi-aberto. Ele é deficiente físico e ainda sofre com distúrbios mentais, mesmo assim, não recebe nenhum auxílio previdenciário. Resultado: vive às margens da sociedade. A família o abandonou e o poder público ignora.

Conforme o detetive Cláudio Borges, Renilson já havia cumprido pena por furto e quando foi solto cometeu outro para retornar à cadeia. “Ele não tem pra onde ir, por isso, prefere ficar preso”, disse Cláudio, informando ainda que a Justiça lhe concedeu o regime semi-aberto, mas como não tem onde morar, fica o tempo todo na porta da Delegacia, sem a mínima condição de higiene e alimentação. “Pra não passar fome, nós o ajudamos, mas a situação é degradante”, emenda o detetive, explicando que, na condição de albergado, Renilson tem direito apenas ao jantar.

Renilson não possui, sequer, documentos pessoais. Os agentes informaram que a Assistência Social do município já foi acionada, mas, segundo eles, nada foi feito. Tentamos entrevistá-lo, mas o seu raciocínio está lento e confuso. Dias atrás tentou o suicídio.

Em contato com Leizenir Corrêa, secretária de Assistência Social de Taiobeiras, a reportagem foi informada que a cidade não possui estrutura para atender o caso. “Tentamos colocá-lo no Caps, mas ele fugiu”, informou Leizenir, dizendo que ele é muito agressivo e os funcionários não consegue controlá-lo. “Ninguém da família o aceita. E até os policiais não suportam. A situação é muito difícil, pois ele faz ameaças”, completou a secretária, manifestando interesse em arcar com os custos de um tratamento, mas em um local adequado.

A assistente social, Isabel Rocha, procurou a redação do Jornal e explicou que Renilson não tem demanda para ser tratado no Caps e não pode sair de Taiobeiras por que está preso. Quanto à moradia, Isabel disse que a cidade não possui albergue e a família não o aceita pelo histórico de agressão e furtos. “Estamos providenciando a documentação dele para tentar o benefício da previdência. Enquanto isso, ele foi abrigado numa pensão da cidade”, informou Isabel.
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